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  Revista Brasileira
Edição: nº 38, janeiro, fevereiro e março de 2004.
 
   
 

A Revista Brasileira, publicação trimestral da Academia Brasileira de Letras, sob a direção de João Scantimburgo, já em seu 38º volume, abre sua edição com um longo e documentado artigo do acadêmico Alberto Venancio Filho sobre Lúcio de Mendonça e a fundação da Academia. Alberto explica que não foi Machado de Assis o fundador da instituição, como sempre se pensou. A Academia é denominada Casa de Machado de Assis, por ter sido ele o mais prestigiado autor de seu tempo, que foi elevado à altura de patrono da nova entidade. Mas, esse fato não desmerece o esforço despendido por Lúcio de Mendonça, que teve a idéia de instalar no Brasil uma Academia tomando a francesa como modelo.

Em seguida, a revista apresenta uma série de alta expressão de artigos, perenes escritos por: Arnaldo Niskier, Vera Lúcia de Oliveira, Vamireh Chacon, José Arthur Rios, Antônio Carlos Secchin e outros.

A fim de trazer e fixar à lembrança dos leitores, a Revista selecionou poemas de alguns dos grandes poetas modernos já mortos. Lembrando Mário de Andrade em “Noturno de Belo Horizonte”, Guilherme de Almeida, em versos admiráveis de Toda a poesia, Cassiano Ricardo, de Martin Cererê, o Menotti Del Picchia, de Juca Mulato e o Manuel Bandeira que nos convida à Pasárgada.

Por fim nos Guardados de Memória, a Revista selecionou a bela e concisa crônica de Machado de Assis sobre o falecimento de Eça de Queirós. Também nos Guardados da Memória, João de Scatimburgo escreve sobre dois exemplos de pobreza digna, um dado por Hermes da Fonseca, que foi presidente da República, e outro de Olavo Bilac.

ENSAIOS

Lúcio de Mendonça e a Fundação da Academia Brasileira de Letras - ALBERTO VENANCIO FILHO (página 09)

Em seu artigo Lúcio Mendonça e a fundação da Academia Brasileira de Letras, Alberto Venancio Filho tenta reparar uma injustiça cometida durante mais de um século, que coloca Machado de Assis como sendo o fundador da Academia Brasileira de Letras. Alberto atesta - através de pesquisa nos arquivos da Casa, depoimentos dos contemporâneos, do livro de Fernando Neves, e dos estudos de Josué Montello- que o verdadeiro fundador da Academia foi Lúcio de Mendonça e que Machado de Assis foi apenas o patrono da instituição, por ser o mais conhecido e respeitado escritor de seu tempo.


Aspectos legais da educação à distância no Brasil - ARNALDO NISKIER (página 29)

O artigo é resultado de uma palestra feita por Arnaldo Neskier no Seminário “Educação à Distância: Há limites?”, na ABE, no auditório do IBAM, em junho de 2003. Arnaldo fala dos primórdios da educação à distância, quando ainda era chamada de ‘curso por correspondência’, até os dias atuais com o advento da Internet, passando pela implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que em meados dos anos 90 tornou a Educação à Distância reconhecida oficialmente. Por fim ele destaca os resultados surpreendentes como uma excelente alternativa para a democratização do acesso ao ensino superior, mas ressalta que os resultados ainda não são satisfatórios, levando em conta as imensas necessidades pedagógicas do Brasil.

A instituição - JOÃO DE SCANTIMBURGO (página 33)

Em seu artigo, A instituição, o jornalista e ensaísta João Scantimburgo fala dos surgimentos das sociedades, a sua complexidade e as crises que as circundam, desde sua formação mais singela, a família, até as crises que rondam as grandes nações.
Para o autor “somente uma sociedade constituída e institucionalizada forma um Estado, numa sociedade organizada”. Scantimburgo aponta como raiz da crise da América Latina, sobretudo do Brasil, a importação do modelo político americano, sem levar em conta a peculiaridade de nossos povos. Para ele, a institucionalização da nossa democracia só será viável quando a legitimidade social coincidir com a legitimidade política. Por enquanto, o Brasil continua herdeiro de uma herança Sebastiana, originária de Portugal, na esperança da chegada de um ‘salvador’, que nos trará melhores condições de vida.


A retórica da sedução em “Missa do galo” - MASSAUD MOISÉS (página 51)

Em A retórica da sedução em Missa do galo , o crítico literário Massuad Moisés fala da estratégia da sedução, como sendo a estratégia do duplo engano: “o do sedutor, que se engana para exercer o seu desígnio, e o do seduzido, que se deixa apanhar no desejo oculto das aparências”. Fala das diversas situações em que a arte da sedução é imposta, na conversa cordial entre amigos, nas amenidades trocadas no chá das cinco, até o discurso no palanque. Na literatura, Massuad demonstra a força com que ela aparece na obra de Machado de Assis, sobretudo no conto “Missa do Galo”, um flagrante retrato da sedução exposto no diálogo de uma balzaquiana típica (de 30 anos) e um adolescente de 17 anos, nos minutos que antecedem a ida deste para missa do galo.


Celso Furtado: formação e ação - VAMIREH CHACON (página 85)

Algumas considerações sobre a poesia italiana contemporânea - VERA LÚCIA DE OLIVEIRA. (página 101)

Viagem alma adentro - PER JOHNS (página 133)

Carlyle e o Brasil - JOSÉ ARTHUR RIOS (página 159)
Mário Pederneiras: às margens plácidas da modernidade - ANTONIO CARLOS SECCHIN (página 169)

A espuma do fogo: ancestralidade e vida - LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL (página185)

A aprendizagem da visão - ANA MARQUES GASTÃO (página 189)

Poesia e distância - LUÍS AUGUSTO FISCHER.(página 197)

A idade da noite, A idade da aurora - ANTONIO CARLOS SECCHIN (página 199)

POESIA

O indiferente GUILHERME DE ALMEIDA (página 203)

Noturno de Belo Horizonte MÁRIO DE ANDRADE (página 205)

Germinal MENOTTI DEL PICCHIA (página 221)

A noite verde CASSIANO RICARDO (página 227)

Vou-me embora pra Pasárgada MANUEL BANDEIRA (página 231)

As noites e Saudade - ALFRED DEMUSSET (página 233 e 291)

GUARDADOS DA MEMÓRIA

A morte de Eça de Queirós - MACHADO DE ASSIS (página 307)

Pobreza digna - JOÃO DE SCANTIMBURGO.( página 309)

 
     
     
 

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