SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 1

CARLOS ARTHUR NEWLANDS JÚNIOR - Nasci em Niterói em 10/04/1959, desde cedo interessou-se por poesia. Já nos tempos do Colégio Marista São José escrevia poemas e chegou a ganhar um concurso de poesia – não que os padres tivessem qualquer responsabilidade por isso. Bancário desde 1981, trabalha na Caixa Econômica Federal, onde venceu em 1985 o concurso de poemas da Associação de Empregados, que tinha como um dos jurados Leila Míccolis – aí iniciou-se nosso contato e aproximação. Em 1986, participou da antologia “Florações Poéticas”, organizada por Leila Míccolis e Tanussi Cardoso. Passei anos escrevendo de forma bissexta e esporádica, até que em 2005 decidi reativar minha produção poética: lancei meu site poético na Internet – http://carlosarthur.newlands.vilabol.uol.com.br – participei de várias comunidades poéticas no site de relacionamentos Orkut (por meio do qual retomei o contato com Leila Míccolis, contato esse perdido há mais de 15 anos) e tirei o 2º lugar no concurso promovido pela comunidade Orkut “Sociedade dos Pássaros Poetas” com o poema “Drummondiana”, que faz parte de minha página individual nesse portal, publicado no setor: "Poesia Premiada".

Contatos: carlos.newlands@ig.com.br
                   carlosarthur.newlands@bol.com.br

Página individual de poesia em Blocos Online


           Indagação

Resposta a indagações a cerca da poesia feminina

As cigarras e as formigas

     

           Corrida de obstáculos

Cotidiano

Emoção nº 1

 

COTIDIANO

Veja, senhora,
            a poesia que está imbuída
            no ato de lavar panelas
            em tirar a toalha da mesa
            e manter a casa arrumada.

Veja, senhora,
            o quanto é poético
            limpar a mesa dos farelos de pão
            e guardar lavada e limpa a louça do café.

É tão poético
            quanto passear num campo de margaridas numa tarde ensolarada de sábado
            ou tomar sorvete na lojinha da esquina
            ou comer algodão-doce no parque de diversões
           
            e quase tão poético
              quanto transar de madrugada
            em cima da mesa da sala.

Sim, senhora, tudo isso é poético
            tanto quanto o esforço do operário
            que caleja as mãos no trabalho pesado
            e incha as veias da garganta ao falar para os companheiros na assembléia do sindicato.

Tanto quanto multidões nas ruas
            exigindo os direitos
            que os errados lhes negam.

Sim, senhora, a poesia se encontra em toda parte
            na rosa e na bucha de canhão
            no lençol da cama e no outdoor
            no sorvete de morango e no punhal ensangüentado
            no jornal de hoje e no fliperama
            na sapiência e na dúvida

            porque tudo isso
            reflete a vivência do homem
            que ama a sua luta diária e que há de sobreviver à exploração
            sob todas as suas formas
            por mais disfarçadas que sejam.

Só não é poético
            deixar a vida passar ao largo
            e sentar-se indiferente na poltrona
            para ver novela na televisão.

Carlos Arthur Newlands Júnior
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Carlos Arthur Newlands Júnior

 
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