Anjo de asas imensas,
que adentras meu quarto interior:
Quem és tu, de alma tão densa,
que acende lares em meu andor?
Tua voz é fogo e me anima,
chama que a minha paixão reanima!
Teus olhos de cobalto encoberto
são a luz-guia de meu peito inquieto...
São teclas que em mim digitas,
letras que em meu pensar despertas!
Ó anjo de luzes imensas,
e asas da cor do dia!
Teu brilho é oferenda e esplendor,
e eu sou nada sem o seu calor.
Tu és a inspiração de meu labor,
que cultivo com fé em meu andor:
Andor que não é de prata, mas de barro:
pois do barro fui feita, e do barro caiado.
Andor de nácar e de letras desbotado,
muito mais que meu leite derramado.
Minha senda é teu desígnio e meu tormento,
raio de luz que brilha em meu relento.
Ó anjo de asas imensas,
que sangram como o nascer do dia!
Tua presença é estigma que jaz lento,
e noite a noite me refaz, sem lamento.
a gente entende
daqui a pouco você chega
daqui a pouco o Fernando chega
outros se aprochegam
a semana que pareceu devagar
desperta
eu, cá do meu canto
de butucas ligadas,
enrolada só em algumas dezenas
de correpondências,
"curio":
como será que deram conta
dos "trocentos"e-mails?