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d  e  s  a  t  i  n  o

deixa-me deslizar por tuas
coxas -- dentro a pele é doce o gosto
é denso
meu queixo deixo que se movimente
— lanhos que os meu pêlos desenham em
tuas dobras
deixa que eu te enfie os dedos  delicadamente
— um e dois e fora e dentro
dentes mordiscando a carne túrgida
enquanto ávida te desorientas
deixa a língua tépida tocar-te os
lábios enquanto pálida dizes desatinos
                  teus olhos de desmaio dizem teu desejo
                  teus dentes mordem-me o dorso suado
                  teu corpo dobra-se
                  meu corpo acende-se (tu gritas como se
                  dilacerada)
                 deitada e nua
                 deusa, musa
                 súbito te acalmas.
e agora
lúcida
rubra
flácida
recebe o doce deste beijo
e dorme.


 


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