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Anímica

feito vírgula arrogante,
alma feminina intrépida
de carmim encarnada.

Devasso tua fronte e estante,
sem pejo e sem peia,
desarmada de razão
e coberta de luxúria.

Devasso tuas noites
como quem planta sementes,
e em tua boca fisgo as palavras
que seguras com os dentes.

Devasso tuas noites
deste jeito travesseiro,
desatinada, berrante,
banhando-te com meu sorriso brejeiro.

Não quero compaixão, não quero flor:
só quero ser tua por amor.
Minha poesia se vestirá de vento,
levantando as saias do tempo.
À lua, derramarei meu louvor.
 


 


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