deveria me espantar
a
solidão desta
ausência
bordando horas mortas
sobre estes dias que não
podem acontecer porque
levaste o sol em tua boca
e nos teus olhos abrigam-se
todas as constelações
com o que desafias cada
aurora boreal e rarefeito
o ar meu olhar vira mar
desfaço-me em sal
na
concha das tuas mãos e
no vai e vem das marés
desta distância o
céu
pálido e aflito assobia
a
canção da nossa espera,
ainda?