E assim vamos açoitando a madrugada
com luzes ou mesmo lâmpadas apagadas,
notas caladas sem cores ou sonhos de fadas
deixando, despudoradamente, a vida grafada.
Retalhamos noites como os que retalham
vísceras inacabadas, alinhavando pedaços
soltos
a procurar que se completem, talvez aqui,
ainda hoje ou numa outra eternidade.
Teclamos letras, suas, minhas ou d'outros dedos,
escrevemos o mundo solto em ventos,
viramos versos, queimamos fundo tantos medos,
açoitamos frases em audaciosos pensamentos.