página diária dos participantes da nossa lista de
discussão literária
A brincadeira de roda,
o jogo de amarelinha
e na fazenda a cozinha
com forno, fogão a lenha
e broa de milho quente
a esperar pela gente...
O leite eu via tirar,
verdura eu ia pegar
como as frutas no quintal:
manga, abiu e cambucá,
cana e caqui, laranjal
e emocionada escalava
meu pé de jaboticaba.
Televisão não havia -
a criançada brincava
soltando-se em fantasia,
a pipa pondo no ar,
o sabiá que encantava,
cavalos a galopar...
E de noite a gente lia
ou com medo se dormia
do saci...
Em junho, era o São João
com fogueiras, bandeirinhas,
paçoca, milho, quentão,
pé-de-moleque, farinha
com melado... E os balões!
E quando a guera acabou
meu pai soltou buscapé
(que a vizinha queimou
e fez-se o maior banzé!).
A gente então esperava
um mundo justo, de paz,
sem guerra, sem fome ou dor.
Ah! Infância: nunca mais!
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