SilêncioPalavras...
Plumas ou punhais,
Clarões ou esbarrões,
Anjos que erguem mundos,
Corjas que invadem lares.Bocas cheias de palavras mel
Nos versos convictos,
Conquistas em mansidão,
Métricas hortelãs.Palavras...
Ácidas em dentes afiados,
Úlceras, aftas,
Corrompendo línguas,
Enxurradas selvagens
Nos goles das salivas.Palavras...
Convocadas pela
fome da mente,
Empacotadas na
sede do coração.Alfabetizadas,
Enfileiradas,
Eqülilibradas,
Organizadas,
Aceleradas...
Sempre essas palavras
em busca
da mais precisa versão.Que eu ouça a lição
dos mudos
e cale minha palavra
na voz que desmaia.É só quando o som
emudece os excessos
que os astros varrem
o áspero dos ruídos
e é emitida a freqüência
do verbo em grandeza,
a temperatura mais exata
da minha tradução.