Faço versos
tal qual quem se desnuda
em públicoLivre das minhas
rotas vergonhas
busco o infinitoComo quem olha do poço
fitando o céu
procuro tecer
no papel da alma
meadas de desencontrados sonhosSonhos quiçá dilatados
cinéreos
aéreos
de cálculos em oráculosFiro o papel
com madonas
gatos selvagens — azuis
— ou mosca tonta
acabrunhada perante o candeeiroTateio o pão
de amianto e
encontro o ventoLonge do vozerio
coloco na minha canastra
mais um verso