CerzidurasVejo a noite ao revés
cair como alçapão imenso
a prender almas corcundas e penitentesGazuas, peneiras transfiguradas,
deixam escapar camélias,
corais
e uma madeixa de cabelo solto
ao vento
São corais que o vento
em suas órbitas incertas
lança areia nos vidros embaçadosNo recôncavo das minhas bolhas
uma audácia absurda
borda
ametistas e esmeraldas
em nesgas das minhas penasTenho línguas secas
a lamber-me corpos vindourosVou cerzindo os mistérios da vida
em teias
de alaridos findos
em milagres
filtrados de razões
em cateretês em torno de bibocasTrituro o hálito entre os dentes
deixando-me às horas
lançando-me às nuvens
desprendedo-me de um ninho abandonado
Uma lágrima sem mãe
rola pela escada em repuxos
despertando uma fresca manhã
prenunciando o gozoJazo desfalecido
nos jardins da ninfas