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ÉPICO DA MOSCA MORTA

O Bem e O Mal
Marcaram encontro
Naquela rua de areia,
Entre delírios de poeira.
Duelo ao sal.
"Muito bem!"
— Gritou Mal
(e voaram as moscas
para o muro de Sartre).
O Bem ficou de pé,
Erótico e ereto,
Feito sombra no deserto:
"Muito mal!"
— Respondeu Bem, alto,
Levantando o sombreiro
Dos que sem terra seguiam,
Sob o olhar melancólico de Spinoza
(hoje, meu verso é quase prosa).
Cansado de trocadilhos,
Ponho o dedo no gatilho,
E do meio do tombadilho,
Detono toda palavra:
BANG!
E caem na Terra,
Platéia,
Milhares de letras miúdas,
Azaléias.
Acertei no alvo
Ou é apenas mais um dia,
Claro!
Que como ontem repete a manhã?

Epílogo à  Kid Moreira
Da Silva Morengueira:
Através da vidraça,
Sob a luz da lua tosca,
Mirei no ouro raro,
Mas acertei na mosca.


 


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