(dialogando com Fernando)
...E o filho da cigana foi saindo pelo mundo, procurando sua história. Encontrou pousada num velho galpão de feno e lá adormeceu. Pela fresta da janela um rabicho de luar iluminou seus pensamentos.Sonhava com Nazaré das Farinhas, o vime trançado, o copo e a moringa. Pediu pro santo, o padroeiro, clareza aos sentimentos.Que lhe dissesse quem era, que lhe contasse baixinho. Santo Antonio, que já tinha sido Fernando, flutuou com ele para o vapor de sempre, o da Bahia de Todos os Santos. Lá lhe mostrou portas, tramelas e cadeados. Atrás das portas havia uma cigana, atrás da cigana, Fernando, atrás de Fernando, um menino agarrado à saia, atrás da saia um homem procurando Fernando, atrás de Fernando uma mulher em cálidas manhãs de verão, contando a história de um menino Fernando, um menino perdido na história, uma história que se perdeu em Fernando.