A ÚLTIMA CEIANão, não doze,
apenas dois,
dois
a se ouvirem,
sorrirem,
saboreando devagar entradas
e olhares
( — Garçon! Não traga já,
temos tempo!).
Contei-te histórias de viagem,
quão grande era a saudade
na bagagem
e em teus olhos vi,
coisa tão rara,
que estavas feliz,
bebendo-me
palavras
com o tinto vinho-
sangue
e o prato italiano...
Hoje ando perguntando
se existiu reencontro,
ou foi um sonho,
se doce despedida,
nada mais
que a cena final,
última ceia
do impossível amor
entre nós dois.