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EXPLOSÃO

Ante portas fechadas não desisto
quebro janelas, arranco portões
mando pra merda toda convenção
e não aceito o dito por não dito
como não calo ante o pão negado,
arranco algemas de quem está aflito,
solto os pulmões pra xingar os malditos
seu foto- riso, verbo arrevesado...
Corisco-em-saias
não me entrego
não.

E quanto a nós, amore mio,
estou em cio,
quero o que é meu e nosso,
quero o "posso",
não temo o novo nem o inaudito,
quero provar teu fruto proibido
e tuas mãos nos vales do meu corpo
e tua boca em cada elevação
e em meu ventre, o teu
que o meu já treme,
meu sangue é quente e faz jorrar
as águas
para banhar-te...
Ai, que ainda sou fêmea
plena de tesão.

            (E antes que exploda o mole coração,
            lembro-te amor:
            os rios que se encontram correm juntos
            para formar os mares
            da Paixão)


 


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