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Inacabadas manhãs

acordei pisando em manhãs
e me cortei em cacos  espalhados por elas noite afora,
sangrei os pés já tão cansados de andarilhar manhãs...
me vou, mais uma , duas, tres, ou infinitas vezes escurecer o dia para não ser preciso me encontrar.
Porque em manhãs assim já não há mais estrelas...
e sempre existirão sonhos rondando minha cama em noites solitárias...
No macio da pele ainda cintilam algumas gotas  do ultimo desejo  já se apagando com o sol que chega cheirando
a noites perdidas com cara de poesia inacabada...
o gosto ainda é o mesmo de sempre
gosto de paz mastigada a silêncios...devagar, devagar...
e eu  não tenho mais a pressa das estrelas  , me contento apenas em encontrar manhãs...
 

Cida Sousa

 


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