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INVENTANDO PASSARINHO

Hoje o vento não quer nada comigo
O que eu faço
Quintana, meu amigo?
Aceito o vaticínio trágico?
Guardo a viola?
Adio meu canto?
Mas até quando?
Não me leve a mal
Se nem de calças curtas no colégio
Eu era chegado a uma cola
Não vai ser agora
Que eu vou me conformar
Se o vento, a musa, a deusa
Ou lá que nome seja
Não me quer assoprar
Torno-me mágico
Faço da folha de papel cartola
Do fundo branco arranco a minha alma
Que num abracadabra
Transformo em passarinho
Nenhuma gaiola me impedirá de cantar.

                                                               Ricardo Alfaya


 


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