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PÃO DE TRIGO

Faço versos à meia-noite, à meia-lua,
como quem cozinha o pão
a partir da farinha crua.

Meus versos macios de trigo e sal
matam a fome do viver eterno,
são minha oração matinal.

Faço versos como quem olha o céu
e aspira à razão mais pura.
Meu fermento é a minha loucura.

Meus versos úmidos de sonho e mel
têm sabor de entusiasmo,
transformam em fé o pão ázimo.

Faço versos à boca do forno,
comendo do pão que a poesia amassou.
Meu coração é o forno que o pão de trigo assou.

                                                                                    Rosy Feros


 


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