OVELHA DESGARRADAsou como todos
temida e desgarrada
cruzando fronteiras
no abismo de sal do tempomeu lado macho
me faz letal
meu lado fêmea
me faz sideralsou todas as luzes
numa só escuridão
tenho todo o ar que cabe
na palma de minha mãosou tão pura como o véu
que separa o final
do começo e do iníciosou tão tênue como o caminho do sonho
me escondo sob a capa
da saudade e do abandonominha veia verte sangue
negro como a noite
meu colchão é de estrelas
suave como açoite10/mai/93
Rosy Feros