Ontem morri em mim
morri um pouco
foi-se mais um dia --
menos um dia em minha vida
Ontem ficou pra trás
um passado recente
que vai ficar longe muito em breve
assim que passe outro dia
Ontem acordei pensado
que era futuro e
hoje ja eh passado
— o ontem passou
Hoje renasci de ontem
renasci da morte
— morte é vida --
hoje eu tenho um futuro!
{Marisa - improvisado agora para seu conforto esperitual - bjs - F.}
Fernando Tanajura Menezes
Querido amigo e Poeta, Fernando, teus versos de conforto inspiraram
meu
desabafo... obrigada...
beijo
Mariza
Doendo
Poeta, e quem pode com a morte essa dor invisível que fere igual
lanho de faca que sangra pra dentro e verte pra fora saudade amarga e entra
de novo doendo chorando hemorragia de lágrima me diz até
quando essa dor que não passa com gosto de nada machucadura de mágoa
pior que chibata, me diz?... E quem pode com a morte, Poeta, me diz...
é preciso que eu grite que sofra que morra me desfaça inteira
até ficar vazia de mim? me diz... Poeta, um verso dois versos três
versos de quantos preciso pra desvestir esse luto que me pesa no corpo
pior que mortalha, me diz... E agora, Poeta, que arranquei minha pele e
virei enxurrada pra onde eu corro em que rio deságuo a ausência
de tudo meu coração enlutado minha alma cansada, me diz...
Poeta, me diz... me diz o que faço pra não ter pena de
mim...
Mariza Lourenço
Dialogando em verso e prosa a morte e a dor
Que mais tenho que fazer pra renascer?
Que mais tenho que tentar se tudo fiz?
Até que poço fundo vou que descer?
Para evitar a dor que eu não quis?
Lanhei meu corpo aflito de feridas
Alforriei minha alma já molhada
Num abrasar constante d'outras vidas
Amei tantas vertentes deslavadas
Sem conhecer o abrigo, fui traído
Me vi tão despojado e sem ter
Um campo que repouse, já sumido
Assim vagueio cego e busco ver
Ressucitando versos sucumbidos
Mas antes mesmo sei que vou morrer
[improvisado, sem revisão. Bjs F.]
Fernando Tanajura Menezes
"Que mais tenho que fazer pra renascer?"
tecer a seda, virar casulo...
esconder-se e maturar o tempo de cio.
romper o lacre, criar asas novas,
e sair bicho novo num pulo.
beijos,
urha
Urhacy Faustino
Compadre Urha:Até que poço fundo vou descer,
para buscar a seda que perdi?
Não foi bastante eu virar casulo
e romper vidas em um curto pulo?Quebrei o lacre, criei asas novas,
vierei um bicho sem reconhecer
que me escondi a matutar no cio
buscando o leito manso e macioQual borboleta, me livro da prisão
e solto um vôo leve para o Norte
ressucitando assim de outra MorteDe vagar cego em campos deflorados
persigo beijos que eu sempre quis
e refaço tudo que um dia eu fiz.Fernando Tanajura Menezes