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Dois poemas para a Vovó Dora Gomes Mischiatti


 
Sofro ao Vento Levanta-te, Dora!

No calor de uma noite de verão
Na distância em que Londres me tem
Aguardo
Silencioso ouvindo o bater de meu coração
Amargo.

Amor materno
duas vezes mais forte
Amor eterno
que vence a barreira da morte.

Suspiro tenso,
mãos trêmulas envolvendo o cigarro
[aguardo]
perverso momento
que faz do pensamento
carrasco.

Não quero pensar...
Na ansiedade do momento
Sofro ao vento!


Doce vovó - senhora de meu coração
Sei que és forte, guerreira e valente.
Não partirás, sem antes lutar...
Tua batalha é a consagração
de teu amor por tua gente,
de meu amor por teu doce brilhar...

Levanta, guerreira!
Mostre o punho forte da amazona que tu és
Sempre me ensinaste a lutar
E neste momento não podes parar:
Tu és vó - és mãe - és Mulher!

És mãe uma, duas e três vezes
[mãe, avó, bisavó]
Serás mãe novamente nos próximos meses
e terás um anjo chamando-lhe de tataravó.

Levanta-te, Dora!
Teus filhos e filhos de teus filhos
te adoram...

Levanta-se Dora!


07/07/2001

13/07/2001

 Marc Fortuna


 


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