Churrascomarc,Toda vez que te como
sinto o prazer carnal.
Gosto de ti assim como és:
sem tempero
apenas sal.Marc Fortuna
vampiresco bebo o sangue.
canibalesco como a carne,
toda vez que vou a missa.Urhacy Faustino
urha,
A carne, a taça, a cruz
Tudo isso me seduz
Mesmo se me falta... luz!Maju Costa
Maria Emília Berthier
bebo riso e o sangue nesta taça -
ritual trágico também há que ter requinte e graça.
faço leve este meu caminhao, esta minha cruz,
porque carregá-la é o que me conduz.
bjs
urhaUrhacy Faustino
Anjos da noite, somos.
Vampiros angelicais que os persegue e seduz.
Mas para quem tem, da noite, a Lua...
pra que mais luz?Marc Fortuna
Apaguinho
Faltou luz!
Para passar o tempo,
resolvo escrever umas coisas.
Mas de repente me lembro
de que a mente não produz
sem o tal computador.
Papel e lápis, desastre!
São como antigas loisas
quando a gente cai de amor
pelos sestrosos bytes.Aí resolvi tomar banho:
diz que é um santo remédio
para refrescar instintos...
Os meus são de tal tamanho,
fazendo-me presa de assédio,
urgindo meus dedos famintos -
claro que do teclado.Banho?! E o gás encanado?...
Já não estou na casa antiga
do gostoso aquecedor:
é elétrico o chuveiro
e, do calor almejado,
não sinto sequer o cheiro.Por outro lado, é dia.
Lá fora, vento danado.
Luz, muita luz, céu azul
e o mar da minha lagoa,
por demais encarneirado.
De mente fugidia,
gente louca se aventura
na velejadora agrura -
não que o vento seja sul,
mas sempre é forte de proa...Sem nada para fazer, divago...
Vem-me aquela nostalgia
de quando era simples, pura,
a falta que a luz fazia...
Agora tudo tem regra:
Quando luz a gente tem,
não pode usá-la ao largo
sob pena de embargo.
E a falta dela, oh céus,
não vai mais ser sem aviso,
mas programada nos véus
do governo sem juízo.A gente sofre na espera
porque a regra é severa
e não há de descuidar.
Sofre durante também
já que esperança não tem
de súbito a luz voltar.
E pena depois por saber
que no outro alvorecer
ainda há de penar.
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continuação deste diálogo poético no papiro eletrônico nº 81