Cont. da série Inocência Perdida (*)(2)
AmarelinhaRiscaram com uma pedra a calçada
[uma daquelas vermelhas que sempre se encontra
pelo chão]
numerando vazios, organizando espaços
procurando um caminho a ser trilhado
na busca de um céu ou de um infernoEmpunhando suas armas
começaram a escalada
na eterna batalha humana
de superação[estranha a dificuldade de se manter os pés no chão]
Construíram seus castelos
impenetráveis fortalezas
entre o café da tarde
e a hora do jantar.
(3)
Escravos de JóGuerreiros
na palma de nossas mãos
ziguezagueamos pelo tempo... hoje
(4)
Io-iôUm vai e vem
um sobe e desceo equilíbrio e o desequilíbrio
na linha do tempo
na corda de ceraestamos sempre lá
presos
enroscados, emboscadosnos dedos da vida.
(5)
Pique EscondeUm...
Sempre chega o dia
em que fechamos os olhos
e damos as costaDois...
E os homens se dispersam
em suas buscas, metas
e egoísmosTrês...
Correm mais do que podem
disputam, se confrontam
se superamQuatro...
Se escondem de seus medos
de seus monstros de seus outros
de si mesmoCinco...
Alguns estagnados
lá ficam... seus casulos
pacientesSeis...
Alguns... necessidade
se mostram... vaidade
inseguranças
Sete...
Há sempre os que se sentem
espertos... sua vitória
é passageiraOito...
E há os que batalham
são poucos... são honestos
vencedoresNove...
As ruas são escuras
os rumos... infinitos
mas seguimosDez...
Lá vou eu
Quem não se escondeu
VenceuAnderson Santos
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(*) O primeiro poema da série encontra-se no papiro eletrônico n° 74. Continua no papiro eletrônico nº 81.