Pleno de vazio
infinito
alonga-se este espaço
onde vago
e
a mim
perco
sem ruído
sem retorno.Não dói o irremediável
permanece apenas
em todos
os
tons
do
silêncio.Sem culpa
sem medo
perene...silêncio.
Márcia Maia
falta
de todos os vazios
que me consomem
a sua falta era
a que mais doía
agora que está aqui
tenho forças para preencher
o resto dos buraquinhos
de que sou feitaTamara Hauck
Desvario
Há espaços demais à minha frente...
Pilhas e pilhas de vazios soltos à espera de algum interesse momentâneo...
Me olham com indiferença duzias de mesmices confiscadas e reduzidas a dias e dias de nada.
O telefone já não toca,
a campainha não existe,
e o transeunte na rua é apenas minha sombra que se vai...
Cheiros já não são os mesmos , cheiro de adolescência encontrada em esquinas encantadas, sonhos sonhados a sós embaixo de cobertores macios e em quartos escuros demais...
o devaneio se identifica... é o mesmo de sempre que corre entre campos de secos capins , muitas vezes sem flores , sem ventos, sem nós que o prendam a cortinas de tempos, soltos, soltos...e felizes...
E o que há em comum entre medos , sonhos e loucuras?
Só espaços vazios...
indecifráveis,
indóceis ,
ferozes demais para tão pouca vida...(e o tic tac do relogio continua perdido ...cara a cara com o tempo não esquecido)