A bela e a fera
(ou chuva e falta de inspiração)cada folha em branco é uma ameaça
que inibe, da caneta, que se faça
o movimento certo o verso certo
que foge (ar rarefeito) do meu peitoentre mesa e monitor, encurralado
brado mudo a brandir dedos e teclado
buscando o verbo certo o verso certo
que morre (fogo frio) na minha bocae fujo então montado num relâmpago
aplacando meus medos pela chuva
da noite de olhos de lua
que vive nos ciclos de mim.Anderson Santos