vão da galáxia
auréola velar. quem rumina uma noite, quem se aperta na treva, bom pra nós. pela manhã quase sempre termino, permeio, lisonjeio teu véu insalubre. quem parte, quem aceita. na desfeita somos nós a costurar o vão da galáxia. ode ao meu péssimo hábito. pesadelo ácido de onde eu só saio perplexo. na colheita somos nós, eu e ela a madrugar nos lapsos, dourar um fastio de pele à luz difusa. quem rastreia, se metralha, quem odeia ser chamado de mau. luxo para os nossos pés, realcei a tua cara com meu vento largo, deixei lívida essa quimera teatral.
me dá? te dou a linha que nos ata. e na mão espalmada te ofereço umas três rosas desfolhadas, te ofereço um fel de reflexo, permaneço aqui, o teu escravo, uma cilada que eu te armo. pelas duas da madrugada, eu raciocino um verbo amalgamado ao verbo que te concebeu. ainda assim aprisiono um dos capangas. e depois a gafieira com seus brilhos, vou tomar um litro inteiro, o cheiro da minha roupa é de fumaça grossa, a camisa defumada aos trapos. quer um laço almiscarado, um traço do que fui?
Ygor Raduy