Pequenos contos - 2
No bar de sempre
Lá estava ele, parado, parasita da noite que findava em raios
alaranjados de um sol tímido, ainda com o copo na mão, pedras
de gelo quase derretidas, e o mesmo olhar apático e fixo, como se
estivesse hipnotizado por forças malignas.
Dulce se aproximou, retirou o copo de sua mão e apoiou-o na
mesa. Segurou as mãos de Franco e selou-lhe um beijo à boca.
"Tentarei ser mais compreensiva" disse-lhe ela.
"Tentarei ser mais nós dois" balbuciou Franco, com um soluço
preso na garganta.
Anderson Santos