Poeta invisívelCom a sua permissão,Escrevo meus poemas
com uma caneta de pena
e tinta feita de suco de limão.Uso papel transparente
onde as letras não estão presentes
e o silêncio de quem lê é solidão.Distante estou fisicamente
e a poesia é meu corpo junto a ti.
Ninguém comenta um só verso simplesmente
é como se eu não estivesse mais aqui.Sou poeta invisível:
simplesmente me deletas.
Desconheço meu desnível:
sou poema [in]poeta.Marc Fortuna
Quando quero mentir
escrevo poemas em guardanapos brancos
de lanchonetes de nome americanoquando estou triste
escrevo poemas em guardanapos sujos de sangue
dos botecos brasileiros invisíveis
e tão reais.Flávio
Flávio Machado