página diária dos participantes da nossa lista de discussão literária
SUOR

Sou escravo de mim mesmo
—  trabalho, padeço, empobreço.
Corro em busca do ideal
[letal]
onde o final desconheço.

Suor no rosto do homem
que até ontem era menino
e brincava de ser gente grande.

Suor e tensão que consomem
a energia do homem felino
que na pele de menino se esconde.

                                                                     Marc Fortuna

Suor é um belo poema, Marc... Traduz o que deve estar sentindo de uma forma bela e inspirada...

Beijos da Lou

                                                                                Lou de Olivier


Nem te digo, Lou amiga
como cansado estou.
Revoltei-me com o mundo
e nenhuma harmonia restou.

A beira do abismo me espera
e em festa aguarda minha chegada.
Mas sou gêmeos - quase fera
vou deixá-la esperar sentada.

Enquanto isso vou à senzala
continuar meu trabalho
de escravo-senhor.

Bjs

Marc

Marc,

         Entendo teu cansaço. Deves estar passando a mesma revolta com toda essa desarmonia que esta ocorrendo no mundo. Não agüento mais ouvir a voz de Bush e sua arrogancia doentia. Tento nao ver mais televisao nem escutar mais rádio que de notiícias. Mal leio algumas análises e editoriais para nao perder o fio da meada, mas a propaganda de guerra é realmente insuportável. Onde está Beethoven com suas sifonias???
        Bjs pacíficos

Fernando Tanajura Menezes.

Pois é, amigo Fernando,

onde está Beethoven e suas sinfonias?
Talvez esteja guerreando
nesse universo de desarmonias.

No rádio, na TV, a mesma história
agem como se isso fosse motivo de glória.
Mas onde está a vergonha e a justiça ?
Perdidas em alguma conta suíça ?

Marc

Levante a cabeça!

De abismo eu entendo
E afirmo com certeza
Pular é estar morrendo
E, no fundo, não há beleza...

Portanto, levante a cabeça
E saiba vencer a luta
Não importa o que aconteça
Ao invés de abismo, busque a gruta...

Se tua força maior se esvai
Ainda assim, firme o passo
Um filho da lua jamais cai...

Beijos:

Lou

          A gruta é fria e escura

não tem a certeza do abismo.
E se voar é o que o homem sempre quis
talvez possa ser feliz
com a ajuda do abismo
e seu vento motriz.

Marc

Entre a gruta e o abismo, reflitas...

Gruta e abismo são cavernas
Ambos escuros e frios
Mas a diferença é fácil perceber...

Abismo ilude os românticos
Mostrando um vôo de liberdade
Mas, depois do vôo, vem a verdade
Abismo é morte
E o retorno vem sem nenhuma sorte
Numa vida pela metade...

A gruta, além de horizontal
Dá o benefício da dúvida
A descoberta do final
Se nesta gruta
Espera-te uma prostituta
Ou muito ouro e riqueza
Quem sabe uma grande tristeza
Uma música que encanta
Ou até uma santa
Para te salvar...

Ao menos a gruta
Não ceifará tua vida
Quando seu final encontrar
Ainda poderás caminhar
E, se preciso for,
Recomeçar...

Com carinho:

Lou

Lou, querida - minha amiga
equilíbrio não há
entre a gruta e o abismo.
Prefiro voar:
sou filho do infinito.

Bjs

Marc

 


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