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Não há estrelas

só um  vazio iluminado
jazigo, infinito brilhar...
e  não há estrelas...
Espreita-me o cão janela a dentro...
há tantas maneiras de se esconder  ,
abrir espaços , se conter...
e já não ha estrelas ,
apenas silêncio azular,
canto e recanto de infinita solidão
e não há estrelas...
somente pétalas espalhadas de canteiros que fúnebres  ventos  trazem...
é...
e hoje não há estrelas...

Cida Sousa



DESPEDIDA

Quando partires
eu ficarei mais só
porque só de ti
e só de sonhos
Camille esquecida
esquecendo-se no asilo.
Denso vazio
me envolverá a mente
e o corpo
escuridão do não haver
não viver
não sentir
não poder
perder-te
       súbito
            no infinito.

Desespero vão.
Não-retorno consentido.

Sem bálsamo ou
cântico
que me embale
permanecerei
ainda que morta
eternamente  só
            também
               de mim
verso inacabado
que deixaste
vaga chama a te iluminar
o caminho dos sonhos
perdido.

Márcia  Maia

 


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