página diária dos participantes da nossa lista de discussão literária

 


 


 


 
 

DO SEM AO CEM

100ª semana de Papiros... como é bom vê-lo crescido, robusto, forte e fortalecido, fruto de nossa construção prazeirosa e diária. Tudo começou com a lista Mixagem Literária, fundada em29/12/2000. Em janeiro de 2001 quis expor um pouco da vastaprodução veiculada, e assim disponibilizei on line o primeiro “Papiro Eletrônico”, título dado pela Rosy Feros, madrinha debatismo (eu acho genial). Fernando Tanajura Menezes muito me ajudou na fase inicial de organização do mesmo, selecionando omaterial e, inclusive, escrevendo o texto de abertura que consta da pagina de entrada: “Nascido de um bate-papo informal entre os participantes da Blocos Mixagem Literária, o Papiro Eletrônico tem por objetivo colocar no ar, semanalmente, uma produção literária — prosa e verso — livre, democrática, independente e descompromissada com o tempo, o lugar e as estações do ano. Deleite-se com esta experiência única!”

Realmente é uma experiência inigualável conviver com esses escritores que tanto acrescentam e enriquecem meu cotidiano, em termos de leitura e reflexão. Nunca escondi o imenso carinho que sinto por este grupo, pela troca de emoções, pelo repasse de artigos, dicas e toques. Assim, no afã de transmitir o desenvolvimento e o movimento de nosso processo criativo interno, a partir do Papiro 83 (de 27/8 a 2/9/2001) resolvi introduzir uma inovação: passei a divulgar algumas destas produções coletivas, a princípio tímida, depois despudoradamente, expondo também as mensagens que acompanham os textos, pois nem só de literário vive o nosso companheirismo solidário diário... O resultado é esta “brincadeira” deliciosa, este entrecruzamento de temas, visões, aspectos e vivências — insight criando insight, idéia atraindo idéia. A partir desta centésima semana, para agilizar a localização dos poemas, estamos disponibilizando o “mapa” destas produções, graças ao levantamento da Mariza Lourenço, que garimpou todas as entradas.

Uma das características que mais me agrada, na lista, é o ar de descontração e de informalidade, conseqüência da nossa proposta, nestas cem semanas, de priorizamos a qualidade e não a quantidade de participantes; nunca quisemos transformar a Mixagem em uma lista com quinhentos, mil pessoas, até por certo receio de perdermos este clima que um grupo pequeno sempre nutre entre seus participantes, proporcionando mais alegrias do que agressões e tumultos. Ninguém precisa pisar em ovos para expor suas opiniões, ninguém precisa bajular ninguém para sentir-se querido, não existe ofensivos e desgastantes “quebra-paus”. É um lugar agradável de se estar e de permanecer, porque usa-se da franqueza e da lealdade, sem menosprezar o modo de pensar de ninguém. Esse respeito mútuo é um dos grandes atrativos da Mixagem, fator que a torna tão especial e que se reflete na produção apresentada, gerada por pessoas que se entendem e se complementam, no difícil e raro exercício democrático da pluralidade de falas. Tenho muito orgulho deste ambiente, em que a dignidade humana é semprepreservada, e paira acima de quaisquer discórdias ideológicas.

Márcia Maia, no seu poema em homenagem as cem semanas do nosso Papiro, escreveu: “Como seriam os dias/ - antigos -/  sempoemas/sem papiro?” E eu coloquei na lista: com certeza eram bem mais vazios os meus, sem tanta interatividade, informação e calor humano. Por isto, esta edição festiva eu dedico a cada um dos que criam e compõem este belo e variado acervo de textos, contagiando com seu entusiasmo todos ao redor, e transformando o cyberespaço em um lugar mais pessoal, responsável, quente e humano, provando que grandes amizades são possíveis e reais, mesmo vindas através de relações virtuais.

As comemorações não param aqui, estão apenas começando: até dia 31 de janeiro, quando o Papiro Eletrônico completa um ano, a festa é ininterrupta!

A todos o meu carinho.
 
 

Duas festanças contém 
esta época atual: 
2001 no final, 
Papiro número 100! 
100 edições de poesia, 
de prosa, 
de companhia, 
muito boa por sinal. 
Nosso trabalho em conjunto, 
gera idéias, move assuntos, 
e nos traz paz, nos faz bem. 
Por isso, adiro ao festim, 
festejo junto também, 
erguendo um brinde: tim-tim, 
Papiro número cem. 

Leila Míccolis

© ilustração: Mariza Lourenço

 


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