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a lâmina vazia

razor blade. o infinito no seis. demência prestes a virar o jogo, batráquios, ervas de pilhéria. com vistas ao derradeiro, trespasso, arrepio e anarquia das fontes mal cortadas, a força anti-matéria onde nada se institui ou fala. ogivas de mistério, faz-se a asa, acorde afinado, corta o teu percoço a razor blade e vende própria mão aos viramundos. mais confusa é a cabeça que a beat eletrônica tratou de drenar, traseiras decrescidas, inteiras, navegadas. febre galinheira na senda desses ais, gozo dormido, falácia. onde o mi agudo reabriu as galerias, a knife in your heart, quem sabe a knife on your feet. mas a boca desaberta chama um nome incompreensível, prataria, conversa fiada no ritmo das horas cravejadas, trepadas, galhos. palavra complicada, no mesmo compasso do eixo desritmado da sibéria. sombra que nem sequer virou frase e já imersa sofria tinas interias de água pelando on your very soft skin, minha querida galinha. onde a crista, a cisma, a richa, a contra-sorte dos anais, a negação da treva imbricou-se e morre agora nosso pacto. no pasto das six o’clock. no rastro das mesmas manias bate um coração e da veia à veia próxima surgia uma florada murcha, belezura de trinado, a cabeça do pássaro arrancada. fermento na massa da miséria. respira que o vapor ascende ao teu quarto inclinado, secura das mãos de janeiro inteiro enfiado num canto. leva ferro nas juntas, trepadeira. ganido a qualquer hora, day or dark night, responde a voz velada, o sangue cogula nas estrias que deixaste à mostra e donde vem essa cor suja, é a opalina rasa da textura. respira mais. livreto desejado há muito e roubei-te as pernas longas, gafanhoto. grunhido de fastio drenado, canais por onde passa a tua linfa, a tua branca substância. verão e derrapar sobre as calçadas, fomentar uma toada descabida, tremeluzindo, arrepiando as doze senhoras que se sentaram à mesa à espera do jantar. mas não, não nesse prédio, um prego, uma autarquia. vou me encapar com açúcar, eternizar as minhas mãos nas tuas, realeza, tosse. linda fatia de onde vem a mancha roxa, cadavérica e solta a me dourar os flancos. com destreza e parcimônia, um juramento aos pés da saint mother of heaven para desatar os laços tão emaranhados, um sangrento véu de noivo a trabalhar suspiros. unta os teus dedos finos na argúcia. mede essa desilusão palmo a palmo no mergulho, vão sem pé direito, pão pra embalar uma cadela faminta na pedra. freio, precisão, enxada, sapiência. para fora das pegadas moles que deixaste, areia, devaneio. out of here, mais nada a ser dito neste dia.

 YR


 


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