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Ah! Tu, bela, sublime potesdade,
sou eu o louco, o néscio, sou o insano,
aquele que por ti sofre de engano,
do engano de inventar realidade.

Não há nem existe outra majestade
(e como pode haver por toque humano?).
Tu, engenho e destreza; o Soberano
te assim fizeste, como uma deidade.

Do máximo poder resplendorosa,
um quem que a menos viste já se sente
mais digno por seres tão formosa.

Diga, ó céu: quem inventa amores mente?
Desculpas quero ter desta engenhosa
se é pouco o amor humano a este meu ente.

                                                                   Renato S. Capellari


 


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