Quanto mais velho, melhor

O que mudou nos últimos anos?
— pergunto atônito.
(e, pela idade, meio afônico).
Se até o mundo, bem mais velho,
Muda tanto sem parar
Por que não eu?
Criatura terra, pessoa carne,
Transformadas,
O que importa
Se ao final estarão mortas?
Apenas o coração, enquanto
Não chega ao fim,
Tem sempre a mesma idade,
O mesmo tempo do aqui e agora
Para pulsar, amar, dançar.
Nem velho, nem criança,
Lhe resta sentir-se assim
Apaixonado e eterno, como teen.

Ulisses Tavares

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