Era uma vez um país
onde o índio era feliz,
muito verde, céu de anil;
orgulho da natureza,
incomparável beleza,
Santa Cruz do meu Brasil.
Numa terra tão estranha
a riqueza era tamanha
que o homem não hesitou;
movido a sonho e cobiça,
rezou a primeiro missa
e o reino assim começou.
Em meio a tanta floresta
o índio vivia em festa
até que o homem chegou ;
quantas almas arrancadas
entre árvores tombadas
e o vermelho que jorrou.
BRASIL, tu és a criança
que não perde a esperança
REFRÃO
de ter o brilho no olhar ;
tu és o melhor presente
que faz a alma da gente
lutar, sorrir e sonhar ! ! !
O branco foi dominando
sob rígido comando
toda terra que avistou ;
de norte a sul do Brasil
desceu a costa e subiu,
porém, não se contentou.
A ganância tomou conta
e o mar, de ponta a ponta,
foi incapaz de gerar
a riqueza suficiente
para o bem de tanta gente
cujo dom era gastar.
Veja, Vossa majestade,
quanta dor, quanta maldade,
fizeste o Brasil passar ;
poucas vozes resistentes,
bravos heróis, Tiradentes,
só a morte fez calar.
BRASIL, tu és a criança
que não perde a esperança
REFRÃO
de ter o brilho no olhar ;
tu és o melhor presente
que faz a alma da gente
lutar, sorrir e sonhar ! ! !
Entre reinos e reinados,
escravos escravizados,
é difícil governar ;
tem de ter um pulso forte
e lutar até a morte
na certeza de mudar.
Meu Deus, é preciso vontade
pra mudar a realidade
que castiga este país ;
é preciso ser radiante,
ter a força de um gigante,
fazer um povo feliz.
Não se faz por linha dura,
decreto nem ditadura,
uma nação superior ;
basta unir mãos calejadas
com mãos privilegiadas
num simples gesto de amor.
Cinco séculos de história,
quinhentos anos de glória,
o tempo corre ligeiro,
mas não rouba a confiança
de um país ainda criança
capaz de ser o primeiro.
BRASIL, tu és a criança
que não perde a esperança
REFRÃO
de ter o brilho no olhar;
tu és o melhor presente
que faz a alma da gente
lutar, sorrir e sonhar ! ! !
Jerônimo Mendes