BRASIL

Pátria de imigração.
É num poema que te posso ter...
A terra — possessiva inspiração;
E os rios — como versos a correr.

Achada na longínqua meninice,
Perdida na perdida juventude,
Guardei-te como podia:
Na doce quietude
Da força represada da poesia.

E assim consigo ver-te
Como te sinto:
Na doirada moldura de lembrança,
O retrato da pura imensidade
A que dei a possível semelhança
Com palavras e rimas de saudade.

                                       Miguel Torga

Enviado por: Clóvis Campêlo

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