ARACAJU, MEU AMORDe ti conheço todos os traços
as linhas de teu corpo percorri
sem sequer seres consultadano inverno maltratas a terra, e os homens
represando a cidade com tuas águas imundasno verão seduzes mulheres e crianças
atraídas pelo teu falso brilhonem sei o que me prende a ti
se és reta, sem curvas,
murchas as nádegas, batidos os seiosmas não te troco por ninguém
porque o encanto em ti
é não teres nenhum encantoIara Vieira
Do livo: "Esses tempos ad/versos", Folha da Praia, 1984, SE