CIDADES BRASILEIRAS

No Mapa de Bagé

Onde fica a emoção
do figo colhido no pé
nas tardes de Bagé?
Do café quentinho
passado na hora
dos sonhos em dias de chuva?
Na linha da amizade
Na porta sem trancas do coração


Praça da Matriz

Dia especial, quente inverno
Dei-me presente
Dar volta e meia na praça

Defronte, vibrante amarelo
Da Matriz
Deidade Bagé

Delicada gruta grudada
Do perpétuo Monsenhor Costábile
Da invicta cidade

De todas as crenças, lado a lado

Duas palmeiras gordas vigilantes
Duas palmeiras magras defendendo
Da insânia, o poste restante

Doutor em pedra, metal sem nomes
Dos bancos de Paula, Tiago, Tari
Do Micael, Shana meu anjo

Desfilam amores
Dores de perto
Da velha, no banco atirada.

                                                  Sonia Alcalde

Ambos os poemas do livro: Estações do Eu, Evangraf, POA, 2007

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