CIDADES BRASILEIRAS

PAMPULHA

Em margens esquecidas
abrigas a loucura
dos homens

Saudade dos tempos novos,
água limpa
banhando os pés dos meninos.

Em margens esquecida
abrigas a loucura
dos passantes passeantes.

Corre a capivara da
ilha dos Amores,
agora desamados

Se esconde a cobra cega
da roda ligeira

Voam a garça, os patos
para longe da cloaca,
do sub-mundo da natureza.

Pampula,
para onde vai tua água suja?

                           Vera Casa Nova

Do livro: Horizontes de passagem (Col. Poesia Orbital, vol. 61), Rona Editora, Belo Horizonte/MG, 1997

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