NO CATETINHO
I
Ali no Catetinho há olhos d'água
bosque em que a sombra como que reluz.Do Catetinho foi que Juscelino
como o terno Bernardo, imaginou
ao longe uma cidade se espraiando.
Qual não teria sido o sentimentoque dominou na solidão completa
deste planalto? Pois que ontem, agora,ao longe se ergue a que ofegante alma
adivinhou, no grande descampadofluindo em brisa e luz, transluminosa
e docemente branquejando comobandos de garças. (Foi assim que um dia,
pisando o seu cigarro mais purofumo goiano, o meu avô Bernardo
dentro do coração te adivinhou.)
Alphonsus de Guimaraens FilhoDo livro: Brasília na Poesia Brasileira - Antologia, Ed. Cátedra/Pró Memória INL, RJ/Bsb, 1982