Domingo, em Búzios
(Pousada Amancay, morro João Fernandes)
Amanhece o domingo,
A natureza, como sempre,
sorrindo um novo dia,
nos oferece, em
sua exuberante beleza,
sua majestosa grandeza!
Choveu, um pouco, à noite.
O mar se espreguiça,
lentamente, a bolinar
a pedra que, indiferente,
espera o sol chegar
pra suas entrenhas
fecundar
e,
junto com o orvalho da noite,
em seu seio deixado,
fazer mais vegetação crescer ...
e mais vida nos entregar,
a nós, humanos, que, difìcilmente,
sabemos reconhecer
essa dádiva da natureza!
Nos entregamos a uma cultura
de devastação, em insasiável
e insana destruição
de nosso próprio respirar!
De nosso próprio viver ...
enquanto
um domingo amanhecer!
Dorme, Menino Grande
(Domingo de Despedida)
Na planura do mar,
um inusitado arco-íris,
pôs-se a repousar,
assim que o sol se deixou ver!
Por mais que procurasse,
seu arco, no céu,
brincando com a luz,
separando-a, como se separasse
os fios de cabelo, do sol,
impossível encontrá-lo!
Estava tão exausto,
de tentar a luz pentear que,
simplesmente,
resolveu, sobre o mar,
repousar!
E assim ficou,
até que uma onda suave,
com seu lençol, o cobriu e,
de meus olhos, ele sumiu!
Nunca mais vou esquecer que,
sobre o mar
da praia de João Fernandes,
da varanda da Amancay,
eu vi o arco-íris adormecer
na planura do mar,
exausto de tentar
fios de luz arrumar!
Tetevar