CIDADES BRASILEIRAS

ESPELHO D'ÁGUA

        À minha Itajubá, ao meu Sapucaí

A cidade
Às margens deste velho rio
Mira-se embriagada
Nas águas claras do meu velho rio
E a arquitetura caminha
Sobre o verde deslizante...

Vasto é o céu sempre presente
Olhando-se silenciosamente
Bordado de rendas brancas de nuvens...

E quando chove
Precipitadas
As miríades gotinhas
Às águas do meu velho rio
Irmanam-se em busca do mar...
Depois
O céu se azula de novo
E o meu rio que parecia velho
Volta a espelhar
O azul do céu e a imagem da cidade...

Nas margens deste velho rio
De água doce e serena,
Vaidosamente eu o espio
E admiro:

É o cristal mais precioso,
O mais úmido dos delírios!

       Therezinha Ofélia Nascimento Rennó

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