DEPOIS DA MINHA MORTE
Depois de morrer, bem morto
Quando chegar ao outro mundo
Cheirando a terra, cerveja, lágrimas, formol
Quero ir-me passear no horto
Ver como, afinal, é aquilo tudo
Quem é Deus, cadê o meu pai, como é o sol
Depois de deixar esta terra
Que falta leite, mel e maná
Quero ver onde canta a sabiá
O céu, onde todo poeta encerra
Certamente reencontrarei meu pai Antenor
Meus amigos, meus anjos, meus queridos
Quando chorar a saudade de tanto amor
Todos os paraísos serão reconstruídos...
Mas se não houver esse "lado de lá"
Nem existir o paraíso
Nem Pasárgada, Jerusalém celeste até
Não quero nunca mais voltar pra cá
Pois tenho o que harmonizo:
O PARAÍSO AQUI MESMO EM ITARARÉ!Silas Corrêa Leite