CIDADES BRASILEIRAS

MEU MACEIÓ, MEU MACEIÓ, MEU MACEIÓ.

As minhas últimas lágrimas eu deixei
pra Maceió lavar Pajuçara, Ponta Verde,
Ipioca, Paripoeira: um mundo de mar.

Meu Maceió não têm prédios altos
habitados pro príncipes e princesas
têm areias brancas e coqueiros gogós-da-ema;
meu Maceió despossui favelas, casas feias
possuem sonhos ecológicos, casas mágicas;
meu Maceió não existem analfabetos
nas ruas de Jorge de Lima, de Jorge Cooper;
meu Maceió vende no supermercado
bumbas-meu-boi, reisados e pastoris encantados.

Não há injustiça nem violência em meu Maceió:
Pontes de Miranda não deixa, não permite rixa,
não deixam as palavras do velho Aurélio Buarque.

As lagoas, os bairros cheios de ônibus espaciais
que viajam entre as estrelas, as galáxias;
meu Maceió tem um bairro cheio de sacis musicais,
outro cheio de sereis e centauros marcianos;
nas lagoas moram mães-dágua rendeiras com seus bilros
que não deixam faltar roupas pros povos alagoanos;
não há cemitérios, porque aqui ninguém morre. Fica encantado.
Homens caminham com seus pincinês; mulheres e crianças rezam;
há frutas em abundância na Palmeira herdada dos caetés
na casa defronte ao CAIC que comporta uma fábrica de sucos.

   Maria do Socorro Farias Ricardo

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