Astrid CabralNOITES DE MANAUS 1950Noturníssimas as noites
sem neurose de neons.
Bruxoleio de lampeões
lâmpadas agonizantes
sob cortejos de insetos.
Noites de gasoso carvão
e árvores almas penadas.
Noites de peixes nadando
em rios de fundo piche.
Aí ocultos vultos embru-
lhados em dobras de trevas!
Aí ameaças de morte
vindas das bocas dos becos!
(Negros medos corroendo
os alicerces do ser!)