Ouro Preto
Uma demência rasa
frutificou em cada vão de porta
e só restaram balcões para os fantasmas.Em cada rua
relógios sem ponteiros
pássaros tontos de tempo nos telhados.O calendário nos poros das calçadas
renova procissões
e faz voltar os ventos.
Sobem dos bueiros
vozes de amores antigos.Adelaide Amorim