Aconteceu em IpanemaA criação eniplicou a loucura
Em milhares de quadris projetados no ar.
Orquestrando improvisos de sede e delírio,
Pelas bundas flutuantes daquela andrófera,
Pelo ventre e peito quente da outra,
[morena-loura.
Gulosos, replicavam suas coxas num incrível
[frenesi !O chão se abriu em lábios famintos
E sua língua fúria supedaneou a arte:
Duas mãos, de seios perfilados
Esguidas, piscavam deleites sem cessar!As ondas aclamaram, o céu-telão visionara.
Os quadris riram e babaram.
Dançaram extasiados pelos ares
Carnavalizando, breves, seus suicídios.
Repipocaram, um a um.
Como quem, na caçada, vira arma.
Caíram vítreos na beira
Com um sorriso aberto e
Um fio correndo pelo canto.
O vento...
O vento imprimiu a cena
Numa concha jogada à areia.Renato Brasil