VELUDO LARANJA
(mulher nouvelle vogue )
Lapa in transe, a Lapa q eu quero ver,
o cavalo vindo do nada para ao nada voltar
Pode ser q seja cinema
Pode ser q seja Marcel Prust
enfeitado com um chapéu-veludo-laranja
Não sei se desejo escrever aquilo q queres
Ouço o relincho do cavalo dos versos acima
e a palavra da mulher nouvelle vague
reluzir nos pingos vermelhos
Arcos q te quero Arcos
coroados de som,
chuva e pelos muitos bondes amarelos
4 horas de quinta-feira, número 21 da rua Riachuelo,
eu sentado sobre um sofá pintado a mão,
o precário rádio mastiga as notícias da manhã que ainda não vivi
Logo este poema estampará seus genitais pelas telas dos computadores,
rostos anônimos,. o seu e o meu,
sendo aos poucos tingidos pela a estranheza dos vocábulos
Esse poeta q não bate cartão deveria estar dormindo
e não olhando para o retrato torto do torto Raul Seixas
Lapa in transe,
guerra nos morros da cidade capital mundial do foda-se,
a fé é o que nos mantém,
o sol mora em minha unhas
e na valsa caótica da cidade linda
Edu Planchez