CIDADES BRASILEIRAS

Luar de Saquarema

                                  ao amigo Gerson Valle

A lua tem júbilos de quem a retém
sem a morte pensar.
Breve companheira do céu, onde foram os namorados?
         — Para a noite longa passear,
         fazer carícias,
         esconder os prantos.
Lua entre ondas de branco desenhada em vago mar,
corre notícia de pescadores assombrados,
de noites sem afago, de prantos sem namorados.
         — Noite dessas vou armar rede
         à espera de todos os barcos
         que sumiram em vagas brancas de meu luar.
Corre, lua, corre, para dizer do outro lado do mundo
que o dia nasceu do lado de cá.
Volta, lua, volta, que eu também quero namorar.

                    Camilo Mota

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