São Paulo
Ares impuros que respiro,
Quanto amor me trouxeste!
Se pra muitos és peste,
Pra mim, és um botão de lírio!
Amena garoa que me banha,
Teu frio traz-me à lembrança
Trêmulo amor de criança,
Da vida com menos infâmia.
A tua manhã ensolarada
O cinza da tua tarde
Noite com claridade
O intenso frio da madrugada
Amo tudo em ti com'um louco!
Da diária frenesi
Ao calor do Anhembi,
Em seu tempo, de tudo um pouco!
És, São Paulo, a cidade luz!
Tu acolhes tod'a gente
Que acord'alegremente
Para continuar sua via crucis!
Fernando Paganatto